segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Em cartaz: A Vida Real... A Minha Vida!

Abrem-se as cortinas do palco da vida e nós entramos. Como atores em um teatro. Encenando e tentando transformar em realidade os sonhos e vontades escritos pela nossa alma.
Engraçado como, em muitas vezes, não conseguimos nada mais que desastres. Somos sempre vencidos pela força do palco da vida. Não importam quais sejam nossas vontades, nossos sonhos. Parece que a peça a ser encenada segue um rumo tão meticulosamente projetado pelo autor, que não importa que sacrifícios sejam feitos, que artifícios usemos, não conseguimos mudar o final.
Tudo que conseguimos é nos frustrar diante das decepções. Choramos, gritamos, esperneamos, batemos a cabeça contra a parede e, erguemo-nos enxugando as lágrimas e ajeitando os cabelos bagunçados para dar sequência ao espetáculo e encenar o próximo ato já previamente escrito e sobre o qual raramente podemos opinar.
Às vezes, muitas vezes, me sinto como uma marionete nesse tal palco. Quase posso sentir o ‘autor’ de minha história puxando as cordinhas de meu corpo e me dizendo o que devo fazer, que parte do corpo mexer em determinado momento, para onde caminhar, quando parar.
É certo que desobedeço em diversas ocasiões, forço as cordas do destino a caminharem para o lado contrário, determino minhas vontades, amadureço ideias, complico a vida do roteirista de minha vida... Mas, no final das contas, nada sai exatamente do jeito que eu queria. Parece que o fim da história já está escrito antes mesmo dela começar... E, por mais que eu me esforce... Por mais que eu force e reforce minhas necessidades, não consigo mudar. O máximo que consigo é atrasar ou adiantar um fatídico final que nunca é o planejado.
Em diversas ocasiões, quando me frustro com o rumo tomado por minha vida nessa trama imensa, me pego pensando em como seria se eu realmente tivesse poder sobre meu destino, sobre minhas decisões. Se, quando eu tomasse esta ou aquela decisão, imaginando a cena lá na frente, o final fosse do jeito que houvesse imaginado. Seria bom poder ser diretora, autora, roteirista de minha própria vida. Seria bom contracenar com os atores escolhidos e desenhar as nuances e os finais da forma que nos completasse mais. Esperar os aplausos pelo belo espetáculo encenado. Colher os louros. Saborear o sabor do espetáculo grandioso da vida. A vida, essa novela que segue capítulos diários e que não tem data marcada para chegar ao final.
Em outras ocasiões fico pensando... Se a vida segue os rumos do autor, esse bem que poderia ser um Manoel Carlos e eu uma de suas ‘Helenas’... Porque se assim fosse, eu seria a heroína e, depois de muito sofrimento e choro, ele me daria um final grandioso, com muita pompa, circunstância e felicidade. Assim eu nem ligaria por ser uma ‘marionete’ e deixá-lo puxar minhas cordinhas para me dar a direção a seguir durante a trama.

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